MASCARADA
Laura
Limeira
Quando
eu sinto vontade de chorar, sorrio
Rio tanto que o pranto se esconde e ninguém
o vê
Sorrio da minha tristeza e até de mim mesma
Rio para
enganar a alma, que só chora.
Sorrio
quando estou triste, alegre ou indiferente
Pouco importa o motivo
O silêncio
espalhado dentro de mim
É suficiente para que eu ouça minhas
gargalhadas
De
tudo em mim acho engraçado
De cada traço bem marcado até
o cabelo entrançado
Sorrio de cada pedacinho meu
E rio até
não mais agüentar
Preciso
esquecer, e de outra maneira, não dá
É muito mais complicado
As vezes, tenho tremenda crise de riso, e isso
Nem eu sei explicar porque
Rio
quando tropeço em alguma coisa
Quando ando ou fico parada
Se chego
no trabalho atrasada
Ou quando fico atrapalhada
Rio
tanto e por tanto tempo
Que sorrio mesmo sozinha...por nada!
Só
não rio à noitinha quando retiro a máscara
E abraçada
ao travesseiro, exausta de tanto
dar risada
Desmancho-me numa explosão...de
lágrimas